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Channel: Canal Viva - Coluna do Nilson Xavier » Transas e Caretas

“Escalada” e “O Salvador da Pátria”, dois sucessos que estrearam em janeiro

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Pesquisando novelas que estrearam no início do mês de janeiro, me deparei com uma curiosidade. Três produções de autoria de Lauro César Muniz estrearam na primeira dezena do mês, em anos diferentes: “Escalada“, em 6 de janeiro de 1975, “Transas e Caretas”, em 9 de janeiro de 1984, e “O Salvador da Pátria”, em 9 de janeiro de 1989. Duas destas foram os maiores sucessos de Lauro na Globo: “Escalada” e “O Salvador da Pátria”.

Zanoni Ferrite e Tarcísio Meira em "Escalada" (Foto: CEDOC/TV Globo)

Escalada” foi a primeira trama de Lauro César Muniz no horário nobre da emissora. O novelista havia escrito apenas duas novelas das sete horas: “Carinhoso” (1973-1974) e “Corrida do Ouro” (1974). A trama narrava a saga de Antônio Dias (Tarcísio Meira), desde a juventude até a velhice, de vendedor de formicida a empresário da construção civil, abrangendo um período de 35 anos, passando por importantes fatos da História do Brasil, como a construção de Brasília. Era inspirada na trajetória do pai de Lauro, um imigrante português.

O protagonista dividia-se entre o amor de duas mulheres: Marina (Renée de Vielmond) e Cândida (Susana Vieira) – papel este que deu a Susana o status de atriz do primeiro time da Globo. A questão do divórcio (na história, entre os personagens de Tarcísio e Susana) foi amplamente discutida na época por intermédio da novela – a legalização do divórcio aconteceria dois anos depois. A novela sofreu com a ação da censura do Regime Militar. Apesar de a construção de Brasília ser retratada na trama, o nome do presidente Juscelino Kubitschek não podia ser citado, já que ele era considerado persona non-grata pelo Regime.

Escalada” é um dos maiores sucessos da Globo, de crítica e público. Uma produção esmerada, gravada ainda na fase em preto-e-branco. Um dos melhores papéis de Tarcísio Meira na TV e um grande momento de nossa Teledramaturgia. Lembro que era criança e assistia a essa novela com meus pais.

Lima Duarte e Lutero Luiz em "O Salvador da Pátria" (Foto: CEDOC/TV Globo)

O Salvador da Pátria” – escrita por Lauro César Muniz com a colaboração de Alcides Nogueira e Ana Maria Moretzsohn – era baseada num Caso Especial do autor: “O Crime do Zé Bigorna”. Lima Duarte viveu na novela praticamente o mesmo personagem: Zé Bigorna e Sassá Mutema eram muito parecidos. Sassá era um boia-fria analfabeto e simplório, acusado de ter matado a esposa. Tudo não passava de uma armação dos poderosos da cidade para encobrir um escândalo político. Ele é inocentado com a ajuda de sua professora Clotilde (Maitê Proença), com quem acaba vivendo um romance. Manipulado pelos poderosos, elege-se prefeito.

O entrecho político da trama revelou-se um problema para a novela. Era ano de eleições para Presidente da República (1989), em que Lula e Collor concorriam. De acordo com o autor, algumas pessoas do Governo viram na novela apologia à candidatura de Lula à presidência. Lauro teve que abandonar o aspecto político da trama e focar no policial. Foi quando o autor deu mais espaço aos personagens envolvidos com uma organização criminosa ligada ao narcotráfico.

O Salvador da Pátria” registrou uma das maiores audiências da década de 1980. A primeira fase da novela – em que Sassá Mutema era apenas um boia-fria – encantou os telespectadores, pela interpretação de Lima Duarte e pelo roteiro cativante de Lauro César Muniz. Infelizmente a boa proposta inicial não se manteve na segunda parte da história. Há de se destacar também o grandioso elenco, formado por Francisco Cuoco, Susana Vieira, José Wilker, Betty Faria, Luiz Gustavo, Lúcia Veríssimo, entre outros.

Transas e Caretas“, de 1984, foi uma novela das sete horas, uma comédia leve e despretensiosa. Eu gostava, mas não fez sucesso. Das novelas de Lauro César Muniz que acompanhei, minha preferida é “Roda de Fogo“, de 1986-1987. Gostava mais do que “O Salvador da Pátria” até.

Saiba mais sobre “Escaladano site Teledramaturgia.

Saiba mais sobre “O Salvador da Pátriano site Teledramaturgia.

E você, chegou a acompanhar alguma destas novelas? Comente! ;)


O passado e o futuro em “Transas e Caretas” – 30 anos da novela

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Reginaldo Faria (Jordão) e Natália do Valle (Marília) (Foto: CEDOC/TV Globo)

“Ponha o pé na lua e descubra que o futuro está perto
Siga seu robô, tome cuidado como vai programar…”

Com uma música animada na abertura – gravada pelo Trio Los Angeles – iniciava, há 30 anos (no dia 9 de janeiro de 1984), a novela “Transas e Caretas”, de Lauro César Muniz, às sete da noite, na Globo. A premissa era pra lá de atraente na época: mulher quer casar um dos dois filhos para lhe dar um neto e a continuidade nos negócios da família, mas os rapazes são avessos ao casamento, e um – ultra moderninho – é o oposto do outro- tradicional e conservador.

Eu – adolescente na época e sem muitas obrigações a não ser tirar notas boas no colégio – era aficionado por essa novela. Ela mesclava muito bem o antigo e o novo, o conservador e o moderno, o “careta e o transado”, através das figuras de Jordão (Reginaldo Faria), que vivia ainda no Brasil Colonial, com direito a mucama e tudo (Zezé Motta), e Thiago (José Wilker), ligado no futuro. Thiago chamava mais a atenção, claro: seu apartamento lembrava a casa dos Jetsons, cheio de parafernálias futuristas. Ele inclusive tinha um robozinho, Alcides – na verdade, o anão Quinzinho, que trabalhava com os Trapalhões, na época, caracterizado de robô. Thiago é o que hoje chamaríamos de “geek”, alguém fissurado por tecnologia e modernidade.

Reginaldo Faria (Jordão) e Eva Wilma (Francisca) (Foto: CEDOC/TV Globo)

Eva Wilma ganhava mais uma personagem rica e engraçada (como Rebeca de “Plumas e Paetês” e Márcia de “Elas por Elas”, trabalhos anteriores). Ela era Francisca Moura Imperial, que tinha o curioso apelido de FMI, iniciais de seu nome e sigla do Fundo Monetário Internacional. Francisca era uma mulher de negócios controladora, mas que não conseguia penetrar no universo dos dois filhos, de temperamentos opostos. Eva Wilma começou a novela como uma Francisca sisuda, mas que aos poucos foi se liberando e caindo na comédia. Representava bem a evolução da personagem. No início, Francisca era uma senhora idosa que resolve fazer uma cirurgia plástica, que lhe remoça vinte anos. Eva Wilma aparecia com uma pesada maquiagem que lhe dava a aparência de velha. Depois da tal plástica, a atriz largou a caracterização.

E tinha Natália do Valle, no auge de sua beleza. A atriz esbanjava charme através de sua personagem, Marília, que se submete à vontade de Francisca em seduzir um dos seus filhos e lhe dar um neto. Claro que tanto Jordão quanto Thiago se apaixonam por ela e passam a disputá-la. O entrecho folhetinesco estava na dúvida de Marília, que, de casamento marcado com Jordão, tem que se decidir entre o casamento com ele ou fugir com Thiago, por quem era verdadeiramente apaixonada.

José Wilker (Thiago) (Foto: CEDOC/TV Globo)

Jordão é abandonado no altar. É quando ganha força na história a personagem Liana, vivida por Lady Francisco. Ela era uma dançarina de cabaré, simples e despachada, com quem Jordão foi chorar suas mágoas e acabou se apaixonando, para o terror de Francisca, que não suportaria ver o filho casado com aquela mulher, o oposto do que ela sempre sonhou para nora. Liana também tinha que disputar Jordão com Sofia (Renata Sorrah), professora de música erudita apaixonada pelo rapaz, mas extremamente tímida e reprimida para se declarar. Achava hilárias as sequências em que Sofia chorava e reclamava de seu sofrimento enquanto destruía as flores dos vasos. Era Renata Sorrah, mais uma vez, fazendo deliciosamente papel de mulher sofrida e mal amada.

Esses personagens eram os que eu mais curtia em “Transas e Caretas”: Francisca, Thiago, Marília, Jordão, Liana, Sofia e, claro, o robô Alcides, que virou uma espécie de mascote para a novela. Mas havia tramas paralelas importantes, como a da sofrida Ana (Aracy Balabanian), irmã de Marília, uma mulher cansada de viver oprimida pelo marido machão, Marcos (Jece Valadão, quem mais?!). Ela fica balançada diante de um novo amor, Renato (José de Abreu), mas, descobertos, o casal de amantes passa a ser perseguido por Marcos. Foi quando entrou a ação da Censura, que não via com bons olhos uma mulher dona-de-casa, mãe de família, ter um amante às sete da noite. Renato chegou a ser afastado da novela.

Renata Sorrah (Sofia) e Reginaldo Faria (Jordão) (Foto: CEDOC/TV Globo)

Lídia Brondi também atuava em “Transas e Caretas“. Ela era Luciana, uma das namoradas de Thiago. Mas a atriz saiu na metade da novela porque descobriu-se grávida. Uma trama que ganhou força no lado cômico era a que envolvia os pretendentes de Francisca depois que ela rejuvenesceu vinte anos. Novamente atraente e – principalmente – podre de rica, ela virou alvo do ex-marido Roberto (Paulo Goulart), pai de Thiago e Jordão, do conquistador Marcos Jacinto (Henrique Martins) e do secretário atrapalhado Danilo (Otávio Augusto). Mas Francisca termina mesmo é na cama com seu motorista, Aderbal (Germano Vezani), bem mais jovem que ela.

A trilha sonora de “Transas e Caretas” é uma das minhas preferidas. A nacional, além do tema de abertura do Trio Los Angeles, tinha as belíssimas “Fogueira”, de Ângela Rô Rô gravada por Maria Bethânia, e a icônica “Baby”, na voz de Gal Costa. Também as divertidas “Inútil”, com o Ultraje à Rigor, e “Brega Chique”, com Eduardo Dusek (“Doméstica! Ela era doméstica! Sem carteira assinada, só caía em cilada, era empregada doméstica!”). A trilha internacional era repleta de pop hits da época: “Let´s Stay Together” com Tina Turner, “Ebony Eyes” com Rick James, “Almost Paradise” com Ann Wilson e Mike Reno, “Souvenir Of China” com Jean-Michel Jarre, “Joana” com Kool and The Gang, “Eva” com Umberto Tozzi, e outras.

Lídia Brondi (Luciana) (Foto: CEDOC/TV Globo)

Penso que hoje em dia, a sinopse de “Transas e Caretas” ainda renderia uma boa novela. As possibilidades para o geek Thiago seriam infinitas, com computadores pessoais, Internet, redes sociais, e muito mais. O único senão é o robô doméstico: o que soava como ficção científica em 1984, é uma realidade hoje em dia – inclusive já abordada em novelas recentes, como “Tempos Modernos” e “Morde e Assopra”.

Transas e Caretas” não foi um grande sucesso. Pelo contrário, da metade para o fim, a novela perdeu o vigor inicial. Mas a guardo com saudade em minha memória afetiva, como uma das mais representativas da década de 1980, a década da corrida espacial, da Guerra Fria e da iminência da terceira guerra mundial. Não é à toa que George Orwell ambientou sua ficção científica “1984” nesse ano – o ano da novela.

Saiba mais sobre “Transas e Caretasno site Teledramaturgia.

Lauro César Muniz: genialidade indômita

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Lauro César Muniz (Foto: CEDOC/TV Globo)

Lauro César Muniz pode ser chamado de polêmico. Sua saída da Globo, no início da década de 2000, causou balbúrdia. Assim como sua recente saída da Record, depois dos problemas enfrentados com a novela “Máscaras”. Se na Globo, Lauro estava incomodado com o frio da geladeira a que foi submetido, na Record ele acabou chamuscado pela crise por qual passa a Teledramaturgia da emissora.

Mas crise nem é novidade para o novelista. Sua novela “Os Gigantes”, de 1979, naufragou de tal maneira que ele foi afastado da Globo na época. Lembro-me quando passou “Os Gigantes”, era criança, mas não acompanhava. Lembro de algumas cenas esparsas e da abertura, muito interessante, com Dina Sfat e uma pomba.

Carlos Eduardo Dolabella, Sylvia Kristel, Tarcísio Meira, Pepita Rodrigues e Daniel Filho em "Espelho Mágico" (Foto: CEDOC/TV Globo)

Meu primeiro registro de Lauro é de “Escalada”, em 1975. Meus pais gostavam muito dessa novela. Como eu era muito criança, eles até permitiam que eu assistisse, por eu não entender direito a história. Lembro perfeitamente de Tarcísio Meira, Susana Vieira, Ney Latorraca, Otávio Augusto, Lutero Luiz, Nathalia Timberg, Mllton Moraes. Do último capítulo, ficou gravada em minha memória a briga entre os personagens de Tarcísio (Antônio Dias) e Milton (Armando), já envelhecidos. Havia também Renée de Vielmond, que, por um tempo, eu achei que fosse Nívea Maria na novela (rs). Confusão de criança!

Escalada” foi a primeira novela de Lauro no horário nobre global. Ele vinha do sucesso da romântica “Carinhoso”, com Regina Duarte, às sete horas. Vi “Carinhoso” numa reprise. Lauro escreveu também para este horário “Corrida do Ouro”, em parceria com Gilberto Braga. Desta, eu lembro muito vagamente da abertura, um desenho animado.

Cena de "Roda de Fogo" (Foto: CEDOC/TV Globo)

Lauro fora contratado pela Globo após o sucesso de duas novelas na Record: “As Pupilas do Senhor Reitor” e “Os Deuses Estão Mortos” (e sua continuação, “Quarenta Anos Depois“), no início da década de 1970. “As Pupilas” ganhou um belo remake produzido pelo SBT, na década de 1990. Anteriormente, o novelista tivera passagens pelas TVs Excelsior e Tupi. Já na década de 1960, Lauro era um dramaturgo reconhecido e premiado – pela sua peça “O Santo Milagroso”, que inclusive ganhou uma versão cinematográfica.

Lauro César Muniz nasceu em Ribeiro Preto, interior de São Paulo, em 16 de janeiro de 1938. Ele completou 76 anos nesta quinta-feira, razão deste post-perfil-homenagem. Dois de seus trabalhos mais interessantes, eu não pude acompanhar: as novelas “O Casarão”, de 1976, e “Espelho Mágico”, de 1977. “O Casarão” foi elogiadíssima pela crítica, mas não tão bem recebida pelo grande público. Nesta novela, o autor brincou com a linearidade da história: a trama se passava simultaneamente em três épocas diferentes.

Fernando Torres, Fernanda Montenegro e Luis Sérgio Lima e Silva em "Zazá" (Foto: CEDOC/TV Globo)

Em “Espelho Mágico”, Lauro ousou revelar os segredos dos bastidores da classe artística, quebrando assim, para o público, o encanto da fantasia, descortinando o palco e revelando a coxia – o teatro era representado na história, juntamente com o cinema, a TV e o circo. “Espelho Mágico” só despertava interesse do telespectador quando dava lugar à fantasia, através da novela “Coquetel de Amor” – a novela dentro da novela!

Depois de “Os Gigantes”, Lauro acabaria por retornar à Globo ainda nos anos 1980. “Transas e Caretas” (1984) e “Um Sonho a Mais” (1985, como supervisor de texto) foram experiências válidas às sete horas. Mas considero “Roda de Fogo” (1986-1987) e “O Salvador da Pátria”, duas das melhores novelas daquela década. Renato Villar (Tarcísio Meira em “Roda de Fogo”) e Sassá Mutema (Lima Duarte em “O Salvador da Pátria”) são personagens que marcaram a carreira de seus intérpretes. Como esquecer as caretas de Renato Villar quando ele sentia as fortes dores de cabeça? Ou o bordão “I eu?!” de Sassá Mutema?

Francisco Cuoco e Tarcísio Meira em cena de "Os Gigantes" (Foto: CEDOC/TV Globo)

A partir da década de 1990, vimos Lauro na Globo colaborando em alguns trabalhos de outros autores, ora atuando como coautor, ora como supervisor de texto (“Araponga”, “Perigosas Peruas”, “Sonho Meu”, “Quem é Você”). Suas únicas produções originais foram: a novela “Zazá” (1997, “cadê zazá, zazá, zazáááá?“) e as minisséries “Chiquinha Gonzaga” (1999) e “Aquarela do Brasil” (2000). Na Record, Lauro brindou seus fãs com dois ótimos trabalhos: as novelas “Cidadão Brasileiro” (2006, um remake “disfarçado” de “Escalada”) e “Poder Paralelo” (2009-2010).

Gosto muito do trabalho de Lauro César Muniz, é um dos meus novelistas preferidos. Admiro o homem pelo seu talento e genialidade, de obras tão maravilhosas, e pelo caráter e bravura em deixar claro abertamente suas opiniões, assumindo erros, apontando defeitos e sinalizando caminhos. E concordo com ele: as novelas têm que ser mais curtas mesmo. Parabéns Lauro!

Saiba mais sobre Lauro César Muniz no site Teledramaturgia.

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As várias mulheres de Natália do Vale

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Natália do Vale como Laura em "O Outro" (Foto: CEDOC/TV Globo)

Ela já foi Márcia, Helena, Suzanne, Aída, Marília, Dora, Carmem, Sandra, Aimée, Andréia, Letícia, Dulce, Laura, Wanda, Aurora, Ingrid, Lúcia (2 vezes), Débora (2 vezes), Júlia (2 vezes). E, atualmente, é Chica.

No dia 6 de março, Natalia do Vale fez aniversário. A atriz está no ar no Viva nas novelas “Água Viva” e “A Próxima Vítima”, e na Globo na novela “Em Família”. Eu não poderia deixar passar a data sem prestar-lhe uma homenagem. Natália é das minhas atrizes preferidas. Brilhou por toda a década de 1980 com seu talento e beleza. Como acompanhei intensamente as telenovelas da época, posso afirmar que cresci assistindo Natália do Vale.

Como Wanda em "Insensato Coração" (Foto: CEDOC/TV Globo)

Minha lembrança mais remota da atriz é um pequeno papel em “A Moreninha” (de 1975, mas que vi numa reprise), em que ela aparecia com trajes de época e peruca loura, como Aimée, uma dançarina de cancã. Era seu segundo papel em novelas. Natália estreara naquele mesmo ano de 1975 em “Gabriela”, em que viveu uma prostituta do Bataclã, Aurora, filha de Maria Machadão (Eloísa Mafalda). Em seguida, a atriz foi vista em “Saramandaia” (1976), como Dora, uma das “meninas” de Risoleta (Dina Sfat). Todos papeis pequenos.

Como Júlia em "O Amor Está no Ar" (Foto: CEDOC/TV Globo)

Foi em “Água Viva” (1980) que o telespectador pôde conferir o talento da atriz, como nas longas cenas de DR (discussão de relação) com Edir (Cláudio Cavalcanti), marido de sua personagem, Márcia. Na sequência – pela primeira vez de cabelo curtíssimo -, a atriz interpretou um dos principais papeis femininos de “Baila Comigo” (1981): Lúcia, a jovem médica apaixonada por Quinzinho (Tony Ramos), um dos gêmeos da história. Vieram Sandra de “Sétimo Sentido” (1982), em que a atriz repetiu o par romântico com Cláudio Cavalcanti, e Débora de “Final Feliz” (1983), contracenando pela primeira vez com José Wilker.

Como Aimée em "A Moreninha" (Foto: CEDOC/TV Globo)

Em “Transas e Caretas” (1984), ela foi Marília, contratada para seduzir os irmãos vividos por Wilker e Reginaldo Faria. Cláudio Cavalcanti apareceu no meio da história também. Foi em “Cambalacho” (1986) que ela viveu um de seus papéis mais populares: a pérfida vilã Andréia Souza e Silva – “perigooooosaaaaaa!”, como já na anunciava o tema musical da personagem. Em “O Outro” (1987), Natália era Laura, de casamento em crise com Paulo Della Santa (Francisco Cuoco), mas que acaba se apaixonando pelo sósia dele, Denizard, um homem de temperamento completamente diferente.

Como Andréia em "Cambalacho" (Foto: CEDOC/TV Globo)

Natália do Vale encerrou a década de 1980 como Suzanne Vebert em “Que Rei Sou Eu?” (1989), a mulher que sofria nas mãos do cruel conselheiro Vanoli (Jorge Dória), com quem fora obrigada a casar-se. Em uma década, foram oito personagens na TV, quase uma novela por ano, com Natália no auge da formosura e estampando capas de inúmeras revistas de novela, moda ou beleza. Falando em capa, a atriz aparece linda na capa do disco “Baila Comigo” internacional, em uma bela foto com Reginaldo Faria – talvez por um erro de cálculo, já que os personagens deles não formaram par romântico na trama. Aliás, Reginaldo, Wilker, Cláudio Cavalcanti e Tony Ramos foram os atores que mais trocaram beijos românticos com a atriz.

Nos anos 1990, além de Helena de “A Próxima Vítima” (1995) – também conhecida como a Bonitona do Morumbi –, Natália do Vale foi vista como Débora (de novo) em “Olho no Olho” (1993-1994), Júlia em “O Amor Está no Ar” (1996) e Lúcia (de novo) em “Torre de Babel” (1998). Na década de 2000, foi Dulce na minissérie “Aquarela do Brasil” (2000), Letícia em “Começar de Novo” (2004-2005), Júlia (de novo) em “Negócio da China” (2008-2009), além de estar presente nas três novelas de Manoel Carlos da década: Silvia em “Mulheres Apaixonadas” (2003), Carmem em “Páginas da Vida” (2006-2007) e Ingrid em “Viver a Vida” (2009-2010).

Como Silvia em "Mulheres Apaixonadas" (Foto: CEDOC/TV Globo)

Fechando a relação de personagens da atriz, Wanda em “Insensato Coração” (2011) e Aída em “Salve Jorge” (2012-2013). Atualmente, do alto de seus 61 anos, a atriz exibe a beleza das mulheres charmosas e de bem com a vida ao interpretar Chica na novela “Em Família”, de Manoel Carlos, o autor que mais lhe deu vidas de outras mulheres. Que venham muitas outras!

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